O que levo na mochila?

Fazer uma mochila para 10 dias ou para várias semanas é igual.

Até agora nunca precisei de lavar roupa nas minhas viagens, porque no máximo foram 3 semanas. Costumo levar tudo contado para não sobrar nem faltar nada. Mas desta vez será diferente.
A minha viagem pela Indochina tem uma duração de quase 6 semanas, por isso, ao longo do percurso vou ter de ir lavando roupa. Pelo que me disseram é bastante fácil encontrar lavandarias, mas como as temperaturas são altas estou a pensar lavar na casa de banho dos locais onde irei dormir e deixar secar durante a noite. Levo, para isso, um sabonete pequeno numa caixinha e 4 molas.
Provavelmente seria suficiente roupa para uma semana , mas decidi levar para 10 dias, just in case…

Para mim a roupa numa viagem tem de ser prática, simples e versátil. Umas calças de trekking que se transformam em calções, umas calças justas que servem para dormir ou podem ser utilizadas noutras alturas, uma saia que afinal são calções, um lenço que pode ser usado como cachecol, tapa ombros para poder entrar nos templos ou protege a cabeça do sol. Levo algumas blusas de desporto por serem finas, leves e secarem rápido.

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Roupa para a viagem

Levo apenas 1 biquíni, roupa interior para 10 dias, dividida em duas bolsas para facilitar a arrumação na mochila.

Tenho uma toalha média e uma pequena de microfibra, as melhores para este tipo de viagem por serem compactas, leves e secarem rápido.

Como a minha mochila é das antigas, não abre ao meio. Então tenho de intercalar a roupa de forma a não ter de tirar tudo da mochila para encontrar o que quero. Costumo colocar em cima aquela roupa que sei que vou precisar primeiro. Por exemplo, quando chegar a Bangkok vou ao Palácio Real  e visitar outros locais onde devo ter de usar calças e manga comprida, então deixo logo em cima umas calças finas + blusa + casaco fininho para tapar os braços, não é que faça frio. No 3º e 4º dias vou fazer uma caminhada então de seguida estão as calças de trekking e as blusas de desporto e assim sucessivamente até que no fim tenho aquela roupa que só irei vestir na segunda semana.

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Roupa ordenada por camadas para colocar na mochila

Escolho peças que possam ser usadas com diferentes combinações e faço logo os conjuntos para facilitar o trabalho de retirar da mochila.

Fazer uma mochila para temperaturas quentes até dá gosto, porque pode-se pôr sempre mais uma blusinha ou um vestido que nunca ocupa muito espaço.

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Roupa para a viagem

 A roupa para usar na viagem  de avião é pensada ao pormenor. A viagem começa de autocarro de noite e só acaba +32h depois. Com escala de 8h em Amesterdão.

Quando em Agosto comprei os voos, escolhi propositadamente esta longa escala porque pensei: “já que tenho de fazer escala, faço uma que me permita usufruir um pouco da cidade”. Mas esqueci-me do pormenor que no final do mês de Novembro as temperaturas em Amesterdão são inferiores a 10º. Por isso, tenho de levar roupa quentinha, mas que ocupe o menor espaço possível, e que seja leve, porque durante quase 6 semanas vou ter de andar com ela às costas para a viagem de regresso.

Quando viajo para países frios adoto sempre a técnica da cebola, isto é vestir por camadas. E à medida que vou tendo calor dispo a camada mais quente e volumosa, depois a outra e se houver ainda a outro mais fina , se tiver frio acontece o inverso. Esta técnica é valida tanto para a parte superior do corpo, como para a parte de inferior, com leggings, calças e meias fortes.

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Produtos de higiene e muda de roupa para 2 dias

 Já há muitos anos que tenho o hábito de levar na mochila pequena que vai comigo no avião, tudo o que é importante: máquina fotográfica, documentos, dinheiro, telemóvel, carregadores, produtos de higiene e muda de roupa para 2 dias. Porque não é nada agradável quando as malas se perdem. E como diz o ditado: “mais vale prevenir do que remediar”.

Os produtos de higiene são as quantidade mínimas e muitos já estão a meio, quando acabarem logo compro outros. Aqui a versatilidade também é importante, se levo um after sun já não levo um hidratante para o corpo, o shampoo deve ser com condicionador.

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Produtos de higiene

Esta vai ser a viagem onde levo a mais cara e mais volumosa farmácia atrás, ocupa quase tanto como o volume da roupa. E espero trazer tudo de volta ou deixar lá para alguém que precise, com a exceção da profilaxia da malária que tenho de tomar um comprimido todos os dias e do complexo vitamina B que decidi fazer para aumentar as defesas do sistema imunitário.

Aqui estão os medicamentos receitados pelo médico na consulta do viajante e pela médica de família acabadinhos de vir da farmácia onde gastei quase 10% do orçamento previsto para a viagem.

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Medicamento vindos da farmácia

 E aqui está o meu kit de primeiros socorros/ medicamentos de viagem com todos eles numa versão mais compacta. Decidi manter algumas caixas, só para numa hora de aflição, à procura do comprimido adequado, não os confundir uns com os outros e tomar o errado.

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Kit de primeiros socorros/ medicamentos de viagem

 Depois tenho as outras coisas que dão sempre jeito, como o saco cama, lanterna, canivete (colocar sempre na bagagem de porão), chapéu, cadeado, toalhitas, lenços, impermeável, bolsa interior, caneca, rede mosquiteira, bolsa impermeável para a máquina fotográfica e outras coisas importantes e comida. Sim porque eu sou magra, mas tenho de ter sempre comida comigo, por isso, levo sempre umas barritas para as caminhadas e para comer a meio da manhã ou da tarde.

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Outras coisas importantes

A uma semana da grande viagem

A uma semana da partida, para aquela que será a grande viagem da minha vida, faço um ponto de situação ao que tenho sentido. Penso no que já está planeado e no que ainda falta fazer.

Durante as últimas semanas tive vários sentimentos contraditórios: felicidade misturada com algum receio, coragem com uma constante insegurança, mas a confiança que tudo vai correr bem é dominante. Tem de ser. Porque na viagem, tal como na vida, é uma questão de atitude.

A contagem oficial para a partida aconteceu no final de agosto com a compra dos bilhetes. Como ainda faltavam 3 meses, comecei descontraidamente os preparativos à mesa do café com amigos, com experiências a solo ou não, vários meses de viagem ou apenas algumas semanas, mas todos com muitas aventuras e boas recordações do sudeste asiático.

O tempo foi passando, e a 3 semanas da partida comecei a ficar stressada por não conseguir organizar as coisas como gostaria. Até me questionei sobre a viagem: “Mas que raio de ideia esta de passar o Natal fora?? Logo eu, que gosto tanto desta época festiva pela partilha e maior disponibilidade para estarmos com a família e amigos”.  O facto de mais de 90% das pessoas, a quem digo que vou viajar sozinha, terem como primeira reação: “és maluca!”, também não ajuda muito.  Segue-se a pergunta: “mas vais mesmo sozinha?” e depois vem logo o: “E não tens medo?”. Claro que tenho medo, tenho receio que aconteça alguma coisa e estar completamente sozinha no outro lado do mundo. Mas tenho muito mais coragem por ter-me permitido fazer isto e sair completamente da minha zona de conforto.

Esta viagem servirá para pôr-me à prova, conhecer os meus limites, conhecer-me melhor, reconhecer o que sou capaz, definir objetivos e traçar novos caminhos. E não esqueço as reações motivadoras, entusiastas e cheias de força dos restantes 10% das pessoas com quem partilho os meus planos, dizem que esta vai ser a viagem da minha vida, que vai ser “espetaaaccculllaaarrr” (com pronuncia de Braga), que vou adorar as pessoas, as paisagens, as comidas. São estas as palavras que irão entoar na minha cabeça nas próximas semanas.

A reação da minha família também tem um papel muito importante. A minha irmã estará comigo nas duas primeiras semanas. O meu pai ficou entusiasmado com a ideia de encontrar-me no outro lado do mundo, mas desistiu assim que percebeu o número de horas que teria de ficar dentro de um avião para lá chegar. A minha mãe teve uma reação idêntica à maioria das pessoas: “mas vais mesmo sozinha?” e depois não disse mais nada, mas já tem o skype testado para falarmos enquanto eu estiver em viagem.

A uma semana da partida ainda muita coisa falta fazer, começando pela mochila, passando por pesquisar mais sobre os locais onde pretendo ir, as culturas que vou conhecer, tenho de procurar sítios onde ficar, tratar dos vistos para o Vietname e Laos, tenho de imprimir os bilhetes e reservas.

Mas muita coisa também já foi feita, e uma grande parte do orçamento já foi gasto ainda me Portugal. Já fui à consulta do viajante e ao médico de família, já tenho o kit de primeiros socorros com alguns medicamentos essenciais. Já fiz o seguro pela World Nomads (o melhor para viajantes independentes). Já tenho as fotos tipo passe e os dólares para os vistos. A lista das coisas para levar também já está feita e comecei a pôr de parte roupa, produtos de higiene e coisas que não me posso esquecer.

 

Preparativos

Preparativos

 

As duas primeiras semanas, como vou estar com a minha irmã e mais 3 companheiros de viagem (Telma, Anita e Pedro) já estão orientadas. Depois quando eles regressarem a Portugal, vou iniciar o trabalho voluntário durante alguns dias numa vila perto de Siem Riep no projeto “Teach how to fish”, que inesperadamente chegou até mim  e eu não hesitei em abraçá-lo de alma e coração. A seguir tenciono ir para o sul do Camboja, depois subir a costa do Vietname, chegar a Hanói, fazer caminhadas em Sapa. Provavelmente apanhar um voo para Luang Prabang, ir até Vienciana e ao sul do Laos… E nos primeiros dias de janeiro voltar a Bangkok, de onde tenho voo de regresso para Portugal.

 

Roteiro sudeste asiático

Roteiro sudeste asiático

 

 

Se vou cumprir este meu roteiro inicial, não sei. Mas tenho a certeza que vou adorar acordar todos os dias num sítio diferente, com novas culturas para descobrir, novas comidas para saborear, novas paisagens para fotografar, novos amigos para partilhar. E uma coisa é certa, vou viver cada dia de forma intensa e como se fosse o último.

Tal como numa dança o que eu gosto mesmo é de fechar os olhos e deixar-me levar. É isso que vou fazer nesta viagem: deixar-me levar ao sabor do vento e ao ritmo do coração, mas aqui de olhos bem abertos (e sem acessórios).

 

 

O Natal é hoje

O Natal é quando o Homem quiser, ou neste caso a mulher. Por isso, eu escolhi que fosse hoje.

Antes de me embrenhar nas florestas da Tailândia, nos templos do Camboja, subir a costa do Vietname e encantar-me com o Laos, fui fazer um passeio familiar pela serra mais alta do Algarve: Monchique.

Rumamos de Albufeira a Monchique por volta das 11h30, sem lugar definido para almoçar, pois o restaurante onde queríamos ir já não aceitou reserva.

Nesta pequena vila, a mais alta do Algarve, existem vários restaurantes muito bons, com os verdadeiros pratos típicos portugueses e petiscos serranos, por isso, pensamos que não seria difícil encontrar um outro à altura.

Restaurante Restaurante E assim foi, ao aproximarmo-nos das Caldas de Monchique ficamos mais atentos aos restaurantes e escolhemos parar no “O Maximino”.

Aposta ganha, porque apesar de ser 12:30 muitas mesas já estavam cheias e outras reservadas. O espaço é simples, mas muito agradável, com mesas e bancos corridos de madeira. Tem uma esplanada grande e um parque de estacionamento amplo.

A ementa é à base de carne de porco e caça, têm pratos do dia e várias especialidades por encomenda. Ninguém fica indiferente aos presuntos pendurados, que são cortados na hora e servidos como entradas.

Têm alguns pratos de peixe, principalmente bacalhau e ensopado de enguias que a esta hora já não havia.

Os vegetarianos, por estas bandas, só se safam com umas omeletes.

Cozido à Portuguesa

Cozido à Portuguesa

Apesar de ser almoço de Natal, não comi bacalhau. Pela primeira vez escolhi “cozido à portuguesa”. Normalmente pico as couves e os enchidos, mas hoje apeteceu-me este prato tipicamente português. As doses foram muito bem servidas, tinham bastantes couves, os enchidos e as carnes eram variados e muito saborosos.

Como não é um prato que costumo comer não tenho termo de comparação, mas segundo os especialistas: “este foi um verdadeiro cozido”.

Tal como numa refeição de Natal, fiquei cheia, mas ainda com espaço para uma gigante e deliciosa torta de claras, que foi umas das melhores que já comi.

Depois deste almoço, o que apetecia fazer? Desmoer.

Logo fizemos o contrário, sentamo-nos no carro e subimos até à Foia, ponto mais alto do Algarve, com 902m de altitude.

Pastor António

Pastor António

Foi aí que conheci o pastor António, que nem gosta muito do que faz. Mas a vida obriga-o a subir até à Foia, pelo menos uma ou duas vezes por mês, para pastar as vacas nestas terras de rochas xistosas e graníticas.

Como a neblina marítima não deixava avistar o oceano Atlântico, e contemplar as fantásticas praias e cidades costeiras do meu Algarve, resolvi entrar, naquele que um dia será o Centro Interpretativo da Foia, e onde decorre uma mostra de produtos regionais feitos por artistas e artesãos de Monchique. Esta mostra é promovida pela associação N´ArteCicus, recentemente formada.

N´ArteCicus

 

Os produtos expostos vão desde as rendas e bordados, artigos vários de cortiça, licores e doces, cerâmicas, bijuteria, produtos de couro, velas, entre outros. Umas belas sugestões de prendas de Natal, contribuindo para o desenvolvimento deste interior tantas vezes esquecido.


De forma a manter a tradição, recebi novas decorações para a minha árvore de natal viajante. Prometi que a montava antes de ir de viagem, como garantia que voltava para a desmontar. Vai ser tudo feito um pouco fora de horas: árvore montada em novembro, desmontada a meio de janeiro. Mas isso não é problema, pois o Natal é quando uma mulher quiser.

De volta a Albufeira, ainda conseguimos apanhar os últimos raios de sol numa esplanada junto ao mar. A infusão quente de frutos do bosque cortou a leve brisa que se fez sentir depois do sol desaparecer.

Este dia de Natal foi diferente. Não foi preciso preparar o bacalhau com broa que tanto gosto. Não comi marisco, nem as lulas cheias da minha avó Emília. Não provei a deliciosa e já famosa tarte de natas da minha mãe. Não passeio o dia em correrias para entregar prendas de última hora. Não lanchei com amigas. Não fui buscar o bolo Rei à pastelaria do pai da Luciana. Não me sentei no sofá da sala, quente pela lareira, a enviar mensagens de Feliz Natal para os amigos mais chegados.

Mas tive um dia de Natal de passeio, junto daqueles que são mais importantes. Porque o Natal é quando uma mulher quiser.

Consulta do viajante

Sempre que se viaja para fora da Europa é aconselhado ir a uma consulta de saúde do viajante. Estas são realizadas por médicos especialistas em doenças infecciosas e em medicina tropical (componente viagens).

Estas consultas são importantes para:

  • Avaliar as condições de saúde do viajante antes da viagem. Pode ser especialmente importante para grávidas, crianças, idosos ou indivíduos com doenças crónicas sob medicação.
  • Aconselhar as medidas preventivas a adoptar antes, durante e depois da viagem. Tais como vacinação, medicação preventiva da malária, informação sobre higiene individual, cuidados a ter com a água e os alimentos, entre outros.
  • Fornecer informações sobre a assistência médica e segurança no país de destino e aconselhamento sobre o kit farmacêutico que se deve levar.
  • Administrar as vacinas necessárias e fazer o respectivo registo no Boletim de Vacinas e no Certificado Internacional de Vacinação.
  • Obter as receitas para os medicamentos eventualmente necessários.
  • Receber assistência médica após o regresso e diagnosticar problemas de saúde possivelmente contraídos durante a viagem.

No Algarve, as consultas realizam-se no Centro de Saúde de Faro e na Unidade de Saúde Pública de Portimão, normalmente à quinta-feira. Como os horários são reduzidos aconselho a marcação, através de email, 2 meses antes da data da partida, de forma a haver tempo suficiente para a toma das vacinas e início dos tratamentos necessários. Tem um custo de 5,00euros.

No email inicial para consulta-viajante@acescentral.min-saude.pt deve-se enviar as seguintes informações para agilizar o processo:

  • Nome:
  • Data de nascimento:
  • Nº utente:
  • Concelho da atual residência:
  • Contacto telefónico :
  • Centro Saúde em que está inscrito:
  • O boletim da vacinação nacional está atualizado?(trazer no dia da consulta)
  • Já tem algum Certificado Internacional de Vacinação ?(trazer no dia da consulta)
  • País para onde vai viajar atualmente:
  • Data da partida:
  • Data da chegada ou tempo de permanência:

No dia da consulta não esquecer de levar o boletim de vacinas, certificado internacional de vacinação e o cartão do cidadão.

Região de Saúde do Algarve

N.º 1 – Centro de Saúde de Faro

Urbanização Graça Mira Lejana de Cima 8009-003 Faro Telefone: 289 830 351 Fax: 289 830 397

Consultas: quinta-feira, das 14 às 16 horas.

Vacinação Internacional,  horário:

  • Segunda-feira, das 14h30 às 17h30
  • Terça-feira, das 09h30 às 12h30
  • Quarta-feira, das 14h30 às 17h30
  • Sexta-feira, das 09h30 às 12h30

N.º 2 – Unidade de Saúde Pública de Portimão

Rua Almirante Pinheiro de Azevedo 8500-556 Portimão

Telefone: 282420160

Consultas: segunda feira das 8h30 às 10h30 e quinta-feira, das 13 às 17 horas.

Marcação prévia, por telefone ou presencial, com um mínimo de quinze dias de antecedência à data da viagem.

Vacinação Internacional: No mesmo horário da consulta

Para mais informações consultar o portal da saúde: http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/informacoes+uteis/saude+em+viagem/consulta+de+saude+do+viajante.htm

Marcação consulta do viajante

Coisas de miúdas: a escolha do diário de bordo.

Em todas as minhas viagens levo um caderno para escrever.

Nos primeiros dias consigo fazer uma espécie de diário, com o relato completo da viagem. Nos dias seguintes já só aponto os nomes dos sítios por onde vou passando, situações engraçadas e algumas dicas importantes. No últimos dias, normalmente já estou tão cansada, que nem consigo escrever uma linha. Depois penso: quando voltar para casa vou apontar isto tudo para não me esquecer… e acabo por nunca faze-lo.

Por isso, nesta viagem quero que seja diferente. Quero chegar ao fim e ter um diário de bordo cheio de memórias escritas, rabiscos, cartões e bilhetes de viagens colados.

Para isso, preciso de um caderno giro, prático e leve.

Tenho alguns blocos e cadernos novos, os quais comprei ou me foram oferecidos com o intuito de um dia se tornarem um diário de bordo de uma das minhas viagens.

Mas um, apesar de ser muito giro, é pequeno demais. Outro, é demasiado grande, o que o torna muito pesado para esta viagem, onde todas as gramas contam. Outro tem tamanho perfeito, mas tem linhas e eu quero um com folhas lisas. Outro já está a ser utilizado. E o outro, apesar de ter capa dura, é um bocado sem sal.

A realidade é que não precisava de comprar mais nenhum, pois podia utilizar um destes. Mas não resisti quando vi o caderno do tamanho perfeito, com capa dura, folhas lisas, leve e acima de tudo muito fofinho.

Aqui está o meu diário de bordo da viagem ao Sudeste Asiático 2015:

Digam lá se não fiz a escolha perfeita?

Em modo preparação para a viagem.

A viagem começa muito antes da partida, começa primeiro com o sonho, a ideia de ir para algum lugar. Muitas vezes é um lugar de onde já ouvi outros falarem, já li sobre o que visitar, já vi imagens que aguçaram a minha curiosidade de ir e descobrir por mim.

Em modo preparação para a grande viagem de 2015, vim a lisboa este fim de semana e marquei almoços,  cafés, lanches e jantares com amigos que já tiverem num ou mais países do sudeste asiático. Amigos de longa data como é o caso da Su, companheiros de viagem como é o Nuno, amigos de outras andanças como é o Peter, amigos com experiências de viagem e de vida invejáveis como é a Carla. Nao deixa também de ser uma desculpa ou uma oportunidade para estar com estas pessoas,  digo isto principalmente pela Carla que já não a vejo há mais de dois anos, bem antes de ela decidir e partir para o outro lado do mundo com uma mochila às costas.

Quero saber o que eles recomendam,  quero dicas e conselhos,  quero saber as manhas daqueles povos para não ter experiências desagradáveis,  mas não quero saber tudo, quero ser surpreendida quando lá chegar para depois voltar com a mochila cheia de fotos e histórias para contar.

Depois de ontem almoçar com a Su, jantar com o Nuno, segue-se um dia cheio, com a agenda completamente preenchida até à hora do autocarro de regresso ao Algarve. Tal como eu gosto.

Tarde de domingo em muito boa companhia.

Os primeiros passos da grande viagem

Os primeiros passos da grande viagem iniciaram-se há vários anos, quando o sonho começou a ganhar forma e vontade própria.

Depois de muito pensar e estudar qual a melhor maneira de fazer uma viagem sozinha durante mais do que 3 semanas (o máximo que tinha viajado até então), tomei coragem e pedi no trabalho para ter os dias de férias todos juntos no final do ano. E aqui estou eu, sem férias há mais de um ano porque todos os dias estão bem guardadinhos para o próximo mês de Dezembro.

E porquê Dezembro? Este não foi um mês escolhido ao acaso, Dezembro é o mês com mais feriados, possibilitando uma estadia mais prolongada no outro lado do mundo, onde esta também é a melhor altura para viajar.
Sim, pela primeira vez irei passar o Natal fora de casa. Sim, pela primeira vez irei fazê-lo sozinha. E sim, está a fazer-me alguma confusão. Mas a prioridade sempre foi a viagem: viajar sozinha durante o máximo de tempo.

Serão 5.5 semanas, 41 dias, 984horas.

Para viajantes profissionais isto não é nada, até para mim parece-me insuficiente, mas o meu lado racional diz-me que é o possível, porque quando voltar quero encontrar tudo como deixei.

Hoje dei o importante passo da compra dos voos. Já tinha colocado como meta o final do mês de Agosto para tal missão, sempre à espera que surgisse uma promoção fantástica e hoje isso aconteceu, por isso não hesitei em comprá-los.

Os próximos passos serão estudar os países, o que visitar, onde ficar, traçar um roteiro, ver zonas de trekking e talvez trabalho voluntário. Mas não quero ter datas fixas, quero tentar viajar devagar. Sei que para mim,  isto será quase missão impossível, mas irei lutar internamente contra a minha vontade de ver tudo, fazer tudo, para tentar viver mais cada lugar.

Começou oficialmente a contagem decrescente para a grande viagem: Sudeste Asiático 2015.

Lonely Planet - Southeast Asia

Lonely Planet – Southeast Asia

Os livros que me fizeram querer descobrir o mundo

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Ao ler o artigo “12 books that make you want to travel”, The Telegraph recordei os livros que me inspiraram a viajar.

6.1

1 – O Alquimista, Paulo Coelho

 Li este livro na minha adolescência, e foi com ele que aprendi a seguir os meus sonhos.

Já não me recordo bem da história, nem das personagens que cruzaram o caminho de Santiago. Um jovem pastor, que decidiu partir à descoberta do tesouro enterrado próximo das pirâmides do Egito, depois de ter o mesmo sonho, repetido por três vezes.

Aquilo que procuramos está sempre mais próximo do que imaginamos, mas para o encontrarmos e valorizarmos, temos de partir à sua procura. Talvez seja por isso que gosto tanto de viajar.

6.2

2 – BuenaYork, Gonçalo Gil Mata

Lembro-me de cruzar com este livro, numa tarde de verão de 2008, na livraria da baixa de Faro.

Foi paixão à primeira vista, por ser mais do que uma compilação das crónicas da viagem de Gonçalo Gil Mata, entre Buenos Aires e Nova York. O livro apresenta o planeamento, como foram conseguidos os patrocínios, todos os custos envolvidos, os documentos e cuidados de saúde necessários para uma viagem de mota solitária, durante vários meses.

Foi com este livro que conheci a comunidade couchsurfing. Depois de ler as boas experiências relatadas pelo autor não hesitei em inscrever-me imediatamente.

6.3

3- Até onde vais com 1000euros? Carlos Carneiro e Jorge Vassallo

Este livro foi uma grande inspiração, mostrou-me que para viajar não é preciso muito dinheiro, o fundamental é a vontade de ir. E se for ao sabor do vento e sem planos, ainda é melhor.

1000euros foram suficientes para estes dois jovens irem de bicicleta de Lisboa a Dakar. O livro surgiu depois do blog da viagem, onde descreveram as várias aventuras e peripécias, ter ganho o Super Blog Awards de 2008. Hoje em dia são líders Nomad e fazem das viagens a sua profissão.

6.4

4 – O mundo é fácil, Aprenda a viajar com Gonçalo Cadilhe

Este livro captou a minha atenção logo pelo título: “O mundo é fácil” – ideal para desmistificar alguns mitos e receios. Depois, ao folheá-lo, adorei o seu grafismo de diário de bordo, com fotos coladas, textos sublinhados, carimbos impressos.

Gonçalo Cadilhe pretende mostrar como o mundo é fácil. Apresenta uma série de constatações pessoais, informações e truques da sua longa experiência de viajante. Aborda os temas essenciais para quem quer aprender mais sobre como viajar, falando dos custos, bagagem, segurança, saúde, transportes ou alojamento.

Enriqueceu ainda o seu livro com os depoimentos de outros viajantes: Miguta Água Silva escreve os seus “Dez Mandamentos” de viajar sozinha, enquanto mulher; Ricardo Bravo dá dicas sobre fotografia; Isa Paiva das Neves fala sobre voluntariado; entre outros.

É um livro de leitura simples, que nos faz sonhar e nos ensina a preparar aquela grande viagem.

6.5

5 – O Lado Selvagem, Jon Krakauer

Jon Krakauer, jornalista e alpinista, ficou fascinado pela história de vida e todo o mistério que envolveu a morte de Christopher Johnson McCandless. Por mais de um ano, investigou as circunstâncias estranhas da morte deste recém-licenciado, que depois de doar todo o seu dinheiro a uma associação de caridade, abandonou o carro e embrenhou-se na floresta boreal do Alasca, onde o seu corpo veio a ser descoberto, quatro meses mais tarde, por caçadores de alces.

Neste livro, o autor intercala a surpreendente história de McCandless com as suas próprias experiências, tentando perceber o que leva alguém a querer ter uma vida em natureza, totalmente desprendida do materialismo da sociedade. É um livro que nos faz pensar no que realmente é importante, e como erros inocentes podem ser fatais.

6.6

6 – Comer, Orar, Amar,Elizabeth Gilbert

As razões que nos levam a viajar, conhecer novas culturas e as suas gentes, são muitas e variadas.

Neste livro, Elizabeth Gilbert retrata um ano da sua vida, após um relacionamento conturbado e um divórcio infernal. Esta mulher de trinta e poucos anos, rompe com o seu passado de vida estável e carreira de sucesso. Despede-se e parte à busca do prazer de comer em Itália, do seu autoconhecimento na Índia e do novo sentido para a sua vida na Indonésia, onde inesperadamente encontra o amor.

Esta romântica história, contada na primeira pessoa, mostra como a viagem pode ser uma importante ferramenta de autoconhecimento.

6.7

7 – A mais alta solidão, João Garcia

Um livro sincero, frontal e emocionante, onde João Garcia relata a sua escalada até ao topo da montanha mais alta do planeta: o Evereste. E todas as consequências e dissabores que surgiram depois da concretização do sonho, porque o mais difícil não é a subida, mas sim ter forças e lucidez durante a descida.

Assusta saber que tudo aconteceu por uma fotografia. Mas ainda é mais aterrador perceber que uma vida humana pode não ser salva, porque alguém pagou para ser levado às costas até ao cume.

Para mim, foi surpreendente conhecer a história deste extraordinário alpinista, que em 1999 tornou-se o primeiro português a atingir o mítico cume (sem a utilização de oxigénio artificial). E que faz parte do restritíssimo grupo de alpinistas, que conseguiu a proeza de escalar as 14 montanhas com mais de 8000m sem o auxílio de oxigénio artificial.

Mais do que um livro sobre viagens, este é um relato de sobrevivência, de força e determinação de um homem extremamente forte, que persegue os seus sonhos. É um livro motivador e inspirador.

6.8

8 – Diário das minhas Viagens, Angelina Jolie

É um livro que relata as visitas humanitárias de Angelina Jolie, enquanto Embaixadora da Boa Vontade para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), entre 2001 e 2003.

As figuras públicas só conseguem ser verdadeiramente marcantes quando trabalham em prol de uma causa nobre. Neste livro, Angelina, descreve em forma de diário, as suas viagens e o seu trabalho nos campos de refugiados na Serra Leoa, Tanzânia, Paquistão, Camboja e Equador. Conta como foi difícil encontrar, em standby, milhares de vidas que se amontoam nos campos de refugiados, e como estas experiências lhe mudaram a sua própria vida.

Continua desde então a colaborar com a ACNUR em vários países do mundo, visitando áreas em conflito e chamando a atenção dos governantes e opinião pública sobre os milhões de inocentes que fogem para sobreviver.

6.9

9- Fotografia, Luz, Exposição, Composição, Equipamento e Dicas para fotografar em Portugal, Joel Santos

A fotografia é uma das minhas paixões, sendo a fotografia de paisagem uma das minhas preferidas. Com o objetivo de aprender mais sobre o tema, comprei há uns anos este livro do Joel Santos, que considero um manual de excelente qualidade. Explica de forma ilustrativa e de fácil compreensão os conceitos básicos da fotografia, desde as propriedades e características da luz, passando pela exposição, composição, pelos vários equipamentos e os seus acessórios e como tirar melhorar partido destes.

Apresenta fotografias de paisagem extremamente inspiradoras e magníficos retratos captados pelo mundo fora. Mas Joel Santos não esquece a fotografia em Portugal, com o “Guia no Terreno” dá dicas de como atingir um bom resultado fotográfico no nosso país e até mesmo sem sair de casa.

6.10

10 – 1001 Maravilhas Naturais, que deveria ver antes de morrer, Michael Bright

Ofereci este livro ao meu pai num Natal, mas a verdade é que ele tem passado a maior parte do tempo na minha casa.

Tal como o título indica, este livro apresenta 1001 maravilhas naturais, que o autor Michael Bright e os seus colaboradores consideram imperdíveis de visitar. O livro está organizado por continente e por país. Como livro generalista, não apresenta muita informação sobre as diferentes maravilhas, mas é um bom ponto de partida para descobrir alguns locais de interesse em determinadas zonas do mundo.

De Portugal destacam apenas o Estuário do Tejo, o Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e as Ilhas Berlengas. Enquanto a nossa vizinha Espanha apresenta mais de trinta maravilhas imperdíveis.

Gosto deste tipo de livro não pela informação que têm, mas sim para folheá-lo e orgulhar-me dos locais que já visitei e ter consciência de todo o mundo que falta visitar. Fico tão feliz de ter um checked logo na capa.

6.11

11 – O Atlas do Viajante – Europa, Mike Gerrard

Este livro foi uma oferta de uma grande amiga e também ela uma apaixonada por viagens. Quando vi a capa, perguntei logo onde era e disse: “Eu quero ir aqui!”.

Passaram alguns anos, e Vernazza não me saia da cabeça. Em 2014 quando surgiu a possibilidade de ir a Pisa não hesitei e prometi a mim mesma que o ponto alto dessa viagem seria conhecer aquela vila piscatória e percorrer todo o parque de Cinque Terre. E assim foi.

Este livro divide a Europa em 4 zonas, apresentando pontos de interesse variados por países, que vão desde cidades históricas, a festivais culturais ou maravilhas naturais. Por curiosidade, em Portugal sugere o “Douro: as caves do vinho do Porto” e “As Levadas da Madeira”.

12 – Todos aqueles que ainda não li, mas quero ler

Um encontro surpreendente no caminho de Jaca

Um momento que irei para sempre recordar foi quando encontrei à beira da estrada um grupo de monges. Não seria de estranhar se estivesse na Tailândia ou Camboja. Mas este encontro aconteceu no caminho de Pamplona para Jaca, nos Pirenéus Espanhóis. Mais propriamente junto da barragem de Yesa.
A paisagem era estranha, desértica. A certa altura parecia lunar, com cores acinzentadas e cremes. O céu estava melancolicamente nublado. Apenas algumas árvores davam um toque de vida e cor àquela moldura, conjuntamente com o lago esverdeado do fundo do vale. As texturas e cores pastel não combinavam naquela tela e estava a comentar isto mesmo com a Telma (uma das minhas grandes companheiras de viagem), quando surpreendentemente vejo um grupo de monges, sim daqueles de cabeça rapada, vestes longas escuras e chinelos no dedo. Surpresa perguntei: “Aquilo são monges? O que é que eles fazem aqui? Vamos parar? Será que podemos falar com eles?”
Não resistimos, largamos o carro à beira da estrada e lá fomos nós falar com os monges. Primeiro perguntamos se podíamos falar com eles, muito calmamente esboçaram um sorriso e disseram que sim, e ali ficamos nós a conversar e tentar perceber quem eram e qual a razão por ali estarem.
Foi certamente um dos momentos mais surpreendentes e pacificadores da minha vida, eles transmitiam uma paz tão profunda que ainda hoje quando me lembro da situação esboço um sorriso de orelha a orelha de felicidade.
Conversamos com o John e os seus dois amigos vietnamitas, os restantes monges estavam no vale a tomar banho no que pareciam ser as ruínas de umas antigas termas. Disseram-nos que estavam ali a descansar uns dias, que aproveitavam para fazer caminhadas e descontrair, no fundo estavam a ter as férias merecidas, pois o último ano tinha sido muito cansativo com muitas viagens e meditações.
John, que aparentava ter menos de trinta anos, e pinta de surfista, contou-nos que era professor na Austrália, país de origem. Como não estava contente com a sua vida, e queria aprender mais sobre si e os outros, de forma a ajudar a sociedade, decidiu ir viver durante cinco anos para Plum Village em França (http://plumvillage.org/).
O mais importante é que tinha encontrado a felicidade e esta era visível e contagiante, muito calma e tranquila.
Nesta comunidade também vivem mulheres, que na mesma altura estavam a passar umas merecidas férias nos Alpes.
Depois de uma agradável conversa, onde também falamos sobre nós e a nossa viagem, tiramos umas fotos. Ao voltar para o carro, ainda meio atordoadas com aquela situação toda, fizemos um vídeo engraçado.

Há momentos em viagem e na vida tão inesperados que só por isso se tornam inesquecíveis.

Há momentos em viagem e na vida tão inesperados que só por isso se tornam inesquecíveis.

Concertina, mazurka e natas na rua mais movimentada de Coimbra

Era fim da manhã e estávamos no THE WORLD NEEDS NATA, em Coimbra, onde, pela mesma altura do ano anterior, tínhamos comido uns pastéis de nata maravilhosos. Todas as mesas tinham uma frase original e a nossa era: “Baila que é uma maravilha”. Coincidência certeira, pois estávamos ali para o festival passagem de ano da Tradballs.

Por isso, combinamos encontrar-nos novamente nesse café ao segundo dia deste novo ano de 2015, para começarmos o ano em doçura, depois de mais uma longa noite a bailar.

Conversa puxa conversa. Amigo convida amigo que passa. Chega outro e mais outro, e de repente quase que conquistamos toda a esplanada. Depois ouve-se a pergunta para alguém que ainda está de pé: “o que tens às costas? É um instrumento?”. E para espanto de muitos, era uma concertina que saltou de imediato para fora da mala para ser experimentada e tocada pelos aspirantes a músicos.

O som de uma linda mazurka começou a sair daquela elegante caixa de madeira, com teclas brancas e fole cor de vida. Depois de algumas fotografias para registar o momento (com as máquinas dos outros porque a minha ficou propositadamente a descansar), não resisti e lá fui dançar.

Como mulher, tenho o trabalho facilitado, pois na maioria das danças são os homens que mandam, por isso, basta-me abraçar, fechar os olhos e deixar-me levar pela música e pelo corpo que me guia.

A música suave a sair da concertina, que inesperadamente apareceu, a dança no meio da rua mais movimentada de Coimbra num fim de manhã solarengo, a partilha e amizade, tornaram este momento marcante.

E foi simplesmente lindo!

Que bom estar com os velhos amigos, de outras andanças, e os novos que vão surgindo. Alguns estão em terras longínquas durante meses sem fim, mas são estes festivais a desculpa para nos reencontrarmos, partilharmos, dançarmos e tornarmos o simples momento de um café e uma nata (como lá se diz), num momento mágico e inesquecível.

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Fotos: Fátima Monteiro

2014 – um dos melhores anos da minha vida

Digamos que este ano não começou da melhor maneira, senti-me injustiçada, desvalorizada e até pensei em emigrar. Uma coisa estava certa: não queria deixar de viajar, mas não tinha dinheiro para isso… como poderia fazer?

Comecei a olhar à minha volta e a tentar perceber o que poderia mudar para não deixar de fazer as coisas que me davam mais prazer. Pensei em arranjar um part-time, mas se eu já chegava ao fim do dia cansada, como é que conseguiria trabalhar ainda mais horas? A marmita para o trabalho há anos que era um hábito saudável, não tinha nada para vender, não tinha gastos nem gostos exuberantes, até o ginásio já tinha sido trocado por corridas e caminhadas ao ar livre sem custos adicionais…

Partilhar mais boleias? Então e porque não alugar um quarto? Partilhar casa? E com quem? Então surgiu-me a pergunta que mudou o meu ano: Qual a melhor forma de viajar sem sair de casa? E a resposta imediata: Conhecer e fazer parte da viagem de outros, torná-la inesquecível e única. E foi isso que fiz. Durante os últimos meses ganhei muitos amigos, tive experiências fantásticas e ainda viajei (para fora de casa) mais do que alguma vez poderia imaginar. E o mais importante, percebi o que me faz realmente feliz e realizada.

Agora que chego ao fim deste maravilhoso ano de 2014, apercebo-me que trabalhei mais do que alguma vez tinha trabalhado, mas também viajei mais, fiz mais amigos, partilhei mais, corri mais, dancei mais, caminhei mais, subi mais alto, acreditei mais, sorri mais, abracei mais, aprendi mais, no fundo vivi mais e mais feliz.

Agradeço a todos que comigo partilharam viagens, refeições, danças, caminhadas, corridas, saídas, conversas, conhecimentos, fotografias, passeios, cafés, postais, abraços, experiências, boleias… Que me deram guarida, que cozinharam para mim, que me ensinaram algo, que me aconselharam e acreditaram em mim.

Desejo que 2015 seja igual ou melhor que 2014, com muita saúde, amor, paz e sucesso para todos.E claro, muitas viagens, aventuras e novas experiências, nem que seja numa refeição tardia na tasca das Portas de São Pedro, num nascer do sol na ria Formosa, num chá no Mezzanine, num baile nos Artistas ou num passeio pela Vila Adentro.

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Este blog é a concretização de um sonho de 2014, que se realizem muitos mais em 2015 e grandes 🙂

Não consigo dizer não a uma viagem

Cada vez com menos feriados, menos dinheiro na carteira e numa altura propícia a algum consumismo natalício, passar um fim de semana fora de Portugal ainda este ano, era algo que não me passava pela cabeça. Mas não pensei duas vezes, quando há apenas 2 semanas, a minha irmã me convidou para ir a Londres com ela.

Desde o momento inesperado do convite à compra dos bilhetes de avião não passaram mais de 24h. Sim, porque se é para ir, trata-se logo de comprar os voos, antes que estes fiquem mais caros. Depois logo se pensa onde ficar, o que visitar ou o que fazer.

Conheço bem Londres, é provavelmente a cidade que melhor conheço fora de Portugal. Passei um mês primaveril, no verão de 2005, com temperatura amenas e sem chuva por mais de uma semana – motivo de muita felicidade para quem lá vive.

As aulas de inglês terminavam ao início da tarde, por isso tive muito tempo para explorar a cidade. Passei várias horas em cada museu, mas o tempo é sempre pouco para absorver tanta informação. Percorri a passo descansado as ruas, mercados e principais atrações. Descansei, fiz amigos e estudei nos parques enquanto apanhava sol e aproveitava os tempos livres. Fui turista com tempo. E mesmo assim fiquei com a sensação que faltava tanto para ver e fazer. Por isso, voltei em Fevereiro de 2010, para visitar amigos e passar um aniversário diferente.

Londres, impressiona-me sempre pela sua diversidade e riqueza cultural, histórica e étnica. Adoro perder-me pelas suas ruas e enormes parques. Estou curiosa por visitar a cidade nesta época natalícia, que é sempre especial, mas em certos lugares torna-se ainda mais mágica.

Quero ir aos mercadinhos de natal, passar por Covent Garden e Camden Town, deslumbrar-me com as iluminações natalícias e montras de Oxford Street. Mas não tenho roteiros definidos, nem planos concretos. Quero ter uns dias tranquilos, quero beber um chocolate quente, daqueles que nos aquece a alma  e o coração, e reencontrar velhos amigos. E se o frio for tão insuportável e os pés estiverem tão gelados como cubos de gelo, aí sim, entrar num museu para visita-lo mais uma e outra vez enquanto aqueço não só os pés, mas também o cérebro.

E sítio para ficar? Bastaram dois emails e o assunto ficou tratado.
Por isso, para mim é tão fácil viajar!

04/12/14

Pegadas pelo mundo

Pegadas pelo mundo pretende ser um blog de apontamentos e fotografias de viagem.

Uma partilha das minhas pegadas pelo mundo, das aventuras, acontecimentos, aprendizagens, pensamentos, dicas e muitas, muitas fotografias dos locais por onde passo, das pessoas que conheço, dos trilhos que percorro, dos rios que atravesso.

Com apenas 25 dias de férias, não consigo fazer viagens durante grandes temporadas, mas tento aproveitar ao máximo aqueles dias de pura felicidade, liberdade, descoberta e bem-estar.

Estes dias resumem-se a uma semana para o festival Andanças e uma viagem de 2 ou 3 semanas para o outro lado do mundo. Os restantes dias aproveito para viajar pelo nosso Portugal (que adoro), ir a festivais, passar fins-de-semana prolongados em cidades europeias ou a fazer caminhadas algures… Ideias e coisas para fazer não me faltam, só não tenho tempo para faze-las todas.

O sonho? O sonho é fazer uma grande viagem pelo mundo…

E o dinheiro? O dinheiro só é problema para quem não viaja ou tem requisitos de viagem muito elevados. Eu não me importo de dormir no sofá de alguém, de partilhar quarto com mais 5 ou 7 pessoas, de ir ao supermercado para fazer refeições mais baratas (e por vezes mais saudáveis também), de viajar em transportes públicos ou de partilhar boleias.

Hoje em dia é tão fácil viajar. Os voos são inúmeros e baratos, existem opções de alojamento e restauração para todos os gostos, felizmente ou infelizmente temos familiares e amigos um pouco por todo o lado. Para mim é tão fácil viajar. Mas para outras pessoas parece que o simples facto de pensar em ir a algum lado é uma complicação.

O objectivo deste blog é que pelo menos uma dessas pessoas, que pensam que viajar é caro, complicado, dá trabalho. Mude de ideias, saia do sofá e apanhe um avião para qualquer lado.

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